terça-feira, setembro 30, 2003
Sem loção no elevador
Entra o sem loção no elevador. O sem loção conta mentalmente cada pessoa que entra. Um... dois... três... blau... nove... e o ascensorista fecha a porta. O sem loção diz:
- Ué, ué... só nove? Mas a lotação não é doze?
E aí, sem loção? Você quer ficar com a cara grudada no canto do elevador lotado? Se com nove já está cheio, ô esperto.
Chega no décimo segundo andar, o andar do sem loção. Porque o sem loção tinha que ser o único a descer em um andar diferente que todas as outras pessoas. E, ao chegar no andar do sem loção, ele fica parado. Elevador parado, todos parados, e nada do sem loção se mexer. A ascensorista fala:
- Décimo segundo.
E ele diz:
- Ah, é o meu andar!
Pedro Bó. Tinha que ir pro poço e ficar preso lá a noite inteira ao som de Jorge Vercilo pra aprender a prestar atenção.
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Elogios que fazem feliz
Desenho Japonês ao me ver entrar na sala dela:
- Nossa, Fernanda, como seu cabelo está bonito!
Eu, orgulhosa:
- Cortei! Gostou?
- Está lindo.
Logo depois, a companheira dela de estágio:
- Fê, você emagreceu? Estou achando seu rosto mais magro...
Merecem um aumento já, as duas!
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Cachoeiro do Macacu ataca novamente
Rato bem gordo e bem morto em gente que me liga quando estou vendo a minha novelinha, comendo o meu sanduichinho da noite, nas minhas pouquíssimas e sagradas horas de ócio do dia. Um rato morto já em estado de putrefação.
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segunda-feira, setembro 29, 2003
Lixo (ou "mais uma da série: coisas que irritam a Fernanda")
Está lá, na lista das cem coisas que me deixam passada: pessoas que jogam lixo no chão. Como é que pode alguém colocar a mão cheia de dedos em um papel ou outra coisa qualquer que não preste mais e jogar no chão, emporcalhando tudo? As pessoas acham que aquilo vai ser tragado pelo magma terrestre? Que vai virar purpurina? Que vai transcender a existência material e ir ser um lixo feliz no céu dos lixos? Não, tolos, aquilo vai ficar ali, enfeiando, sujando, a sua rua, a sua cidade, o seu próprio espaço.
Pior que jogar no chão, que já é uma coisa medonha, pior que isso é jogar pela janela. Tem noção de que as pessoas comem salgadinhos, docinhos, bolinhos e jogam as embalagens pela janela no pátio do próprio prédio? Essa gente devia, em um momento de depressão, se sentir um lixo e se atirar pela janela. Ia sujar muito mais que pacote de torradas vazio, mas ao menos ia ser uma maçã podre a menos no mundo.
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Cansaço
Ela chega atrasada, pega a prova de português e lê em voz alta o início de uma questão:
- "Redija um parágrafo..."
Então pára e se lamenta:
- Ah, não. Redigir um parágrafo? Depois de trabalhar oito horas é dose. Estou com uma dor de cabeça...
Alow! Prova de PORTUGUÊS, faculdade de DIREITO, a mulher não quer escrever? Quer o quê, recortar e colar? Deve ser pra evitar a fadiga, que nem o Jaiminho.
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Chorette diz a seu pai (ops, quer dizer, diz ao Téo):
- Papai (quer dizer, Téo), eu não tenho nenhum bichinho... Será que eu posso ter um cachorrinho bem peludo pra brincar?
Ao que ele deveria ter dito:
- Não precisa, filhinha (quer dizer, Chorette), você pode brincar comigo, que sou um bicho bem peludo.
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domingo, setembro 28, 2003
Trim
O telefone toca. Alguém ousa interromper uma pessoa compenetrada estudando Economia Política. Bom, pode ser alguém legal.
- Alô.
- Alô, quem está falando?
Saco...
- Fernanda.
- Fernanda de onde?
Como assim, de onde? De onde vim, para onde vou? É bonito aqui?
- Anh... de onde, como?
- É que eu liguei pro Rio de Janeiro.
Ah, por que não disse logo.
- Sim, você está falando com alguém do Rio de Janeiro.
Silêncio.
- Sabe o que é? É que eu liguei para o número tal.
- Está errado.
- Ah! Então tá, obrigada, minha filha.
Sinceramente, só tem maluco nesse mundo. Nem em casa trancada a gente está livre. Eles invadem via Embratel.
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Conclusão
Papai Joselito sai às 16h e eu estou estudando. Volta às 21h30 e eu ainda estudando. Ele pára na minha frente, olha os textos espalhados por toda a cama, o fichário no meu colo, o monitor do computador apagado... e, categoricamente, declara:
- Tá disfarçando bem que está estudando, hein? Espalhou uns textos pela cama, desligou o computador...
Sem noção.
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Mais uma do Manoel Carlos
"Eu vou gostar de outra pessoa. Ah, eu tenho certeza, eu vou gostar muito. Eu não sei nada sobre esse homem, mas eu sei que ele não vai demorar muito a chegar. Não sei se ele será mais jovem do que eu, ou menos jovem, ou talvez na minha idade. Eu não sei nada direito dele. Mas eu sei que ele existe. Eu fico olhando assim pra uma estrada a minha frente e eu sinto que, a qualquer momento, ele vai surgir numa curva e vai caminhar na minha direção. E nós vamos ser muito felizes. E eu vou ser muito feliz. Quem sabe feliz pra sempre."
É isso.
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Gordurinha, gordurão
Vejam o que não faz a culpa. Mamãe e Papai Joselitos estão mortificados por terem viajado justaNente na semana em que eu resolvi ficar doente. Agora que voltaram, estão me fazendo todas as vontades.
Senti a força disso quando hoje, conversando sobre satisfação com o próprio corpo com Mamãe, disse:
- Estou satisfeita com o meu, só não queria ter essa barriguinha.
Ao que ela responde:
- Ah, mas acho que a barriguinha é que dá o charme à mulher.
Anh? Charme?
Ela então apontou umas mulheres esqueléticas em uma revista de moda que veio no JBesta.
- Olha que mulheres horríveis...parecem bonecas de cera mal feitas.
Pode ser, mas em condições normais de temperatura e pressão, quando eu mencionasse a minha barriguinha, Mamãe teria, isso sim, era me indicado a clínica de lipoaspiração mais próxima.
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Dia feliz
Papai Joselito compensa muitas vezes suas joselitices ao longo de todo ano, mas no dia 27 de setembro ele abusa. Enche um saco com toda a sorte de chocolates e doces, em uma quantidade indecentemente grande, e dá um para mim e outro para Pentel. O costume de família tem uns 10 anos, começou quando um dia eu me lamentei que nunca mais tinha ganhado doce de Cosme e Damião. E aqui estou eu, uma velha, passando um fim de semana feliz entre caixa de Bis, Lancy, Confeti, Milka, Talento, doce de leite etc etc etc.
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Festival do Rio: A maior diversão
Desde que você consiga encontrar ingresso, naturalmente. A dificuldade em se conseguir um lugarzinho nos filmes e cinemas mais badalados, mesmo com muuuitas horas antecedência e comprando via internet, me fizeram assistir a minha terceira opção: "A vida de David Gale".
Ainda bem! Dirigido por Alan Parker, com Kevin Spacey e Kate Winslet nos papéis principais, o filme é denso, agoniante, maravilhoso. Daqueles que fazem o coração bater mais forte e o espectador ficar desconfortável na cadeira, porque, definitivamente, não se sabe o rumo que a história vai tomar. Dos melhores filmes que eu vi nos últimos tempos. Vejam, vejam. Deve estrear depois no circuitão.
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sábado, setembro 27, 2003
Meu senhor do Bonfim
Estava eu concentrada em alguma coisa no trabalho ni qui escuto Menina do Rouge e LuIcia em uma discussão filosófica sobre quem deveria amarrar a fita, porque aí a fita pode não dar resultado, então não pode qualquer um amarrar a fita... Fiquei meio com preguiça de perguntar o que era, mas claro que depois de uns 30 segundos eu não agüentei e, já que tinha me distraído mesmo, quis saber do que demônios elas estavam falando. Menina explicou:
- Ah, é que o Thyrso me deu uma fitinha do Senhor do Bonfim. Eu queria amarrá-la no meu braço, mas Thyrso está de férias, e a gente está discutindo se eu posso deixar o Dançadinha amarrar pra mim.
E então LuIcia comenta, rindo:
- Porque você não amarra você mesma? Ha ha ha
E Menina:
- Ah, é, LuIcia! Ha ha ha
Peraí... risos por quê? Qual o problema da pessoa mesmo amarrar?
- Eu mesma amarrei a minha - revelei, então.
Menina e LuIcia pararam de rir imediatamente.
- Fernanda, não podia!
- Por que não podia?
- Porque Thyrso disse que ele tinha que amarrar pra dar certo, porque era ele quem estava nos dando. Foi isso o que disseram pra ele lá.
!
Pra mim ele não disse nada disso! Por isso que nada do que eu pedi aconteceu. Cacete! Eu demorei milênios pra pensar nos pedidos e agora descubro que não adiantou nada, é isso mesmo? E agora, eu vou ficar com essa merda de fita desfiada amarrada pra sempre no braço, sem coragem de tirar mesmo que ela não sirva pra nada? Ah, não, agora o santo vai ter que dar um jeito de me atender. Se vira.
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Eu na TV
Vani, nos Normais desta sexta:
- Quando eu entro num elevador, passa pela minha cabeça que o elevador pode parar entre um andar e outro, ir para o poço... mas isso não é o pior que pode me acontecer. Muito pior que isso seria se alguém entrasse. Porque aí eu ia ter que conviver a pessoa até o térreo.
Essa sou eu falando!
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quinta-feira, setembro 25, 2003
Eu já disse aqui que metrô é uma coisa cheia de gente ensebada dos infernos e que eu prefiro milhares de vezes pegar um ônibus no qual, na esmagadora maioria das vezes, consigo me sentar e ouvir minha musiquinha que ficar apertada num vagão onde dependendo do horário está sempre lotado e que dentro ainda por cima rádio não pega? Pois é.
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Metodologia do mau humor
O autor do livro indicado na disciplina Metodologia de Estudos Universitários revelou-se uma grata surpresa. Surpresa porque eu resolvi me coçar e ler o texto só na véspera da prova. Grata porque o sujeito é um mal humorado da melhor qualidade!
Vejam o que o cara fala sobre alunos que se atrasam e chegam fazendo estardalhaço:
Há tipos que batem à porta, pedem licença, cumprimentam o professor, justificam-se do atraso e caminham lentamente até a última cadeira, parando de quando em quando para murmurar aos ouvidos deste ou daquele colega, sentando-se finalmente, após alinhar melhor sua cadeira com um razoável estrépito!
Perfeito. Só faltou dizer que o atrasildo é sem loção.
E sobre alunos que não aproveitam as aulas:
O aluno que paga uma faculdade para adquirir o direito a uma carteira dura, onde possa perder tempo durante as aulas, está clamando aos quatro ventos que lhe falta algo de muito importante na caixa craniana.
Sentiram a sutileza e a fineza com que o cara consegue dizer que quem faz isso é burro, né? Quando eu crescer, vou ser elegante assim.
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Paúra
Estou começando a ficar com uma certa meda das provas que começam amanhã e se estendem até semana que vem. Eu odeio trabalho em grupo, prefiro um milhão de vezes fazer prova, mas comunicólogo não está lá muito acostumado com prova sem consulta, não. Se eu bombar em mais de uma matéria, terei que considerar a hipótese de que minha inteligência linear não tem vocação para a área jurídica. E que Bruno e Marrone, meus dois neurônios, não querem dormir de beca na praça.
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quarta-feira, setembro 24, 2003
Febre e dor de cabeça me impedem de escrever.
Tosse irritantemente constante, não.
Sobrevivi, cabeçada amiga.
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Mega power modern plus
Sou uma mulher muito moderna, cara. Até eu mesma me espanto.
Hoje eu recebi flores. É, uma dúzia de rosas, lindas. Entregaram lá no trabalho. E quem mandou foi uma mulher. No cartão, entre outras coisas, ainda veio escrito: "te amo muito". Sou quase a Clarinha de Mulheres Apaixonadas.
Mudar de lado eu não vou que é desperdício, mas se eu considerasse todas as hipóteses teria, no mínimo, o dobro de possibilidades na minha vida.
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Já que o assunto é o Mundo Gay, recebi outro dia um novo teste pra viado desses que circulam pela internet e um dos itens me fez gargalhar:
Ficar parado na escada rolante esperando chegar no final: Bicha cansada!! Escada é pra andar, não pra ficar parado. Se a escada é rolante, problema dela. Faça sua parte e ande pra chegar mais rápido ao final. Se disser que está cansado, vá de elevador.
Agora não consigo ver um homem (?) parado em escada rolante e não pensar "bicha cansada!!!".
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Ha hai
Como esqueci de colocar a novela pra gravar, hoje voltei às origens e fiquei vendo Show do Milhão pra distrair a mente.
Tinha um velhinho que estava mandando muito, respondendo váarias perguntas difíceis (que agora Show do Milhão é coisa pra elite, populacho não entra mais). Quando chegou na hora de responder na voz de que cantora a música tema do filme Titanic ficou conhecida, o homem travou. Aí o Sílvio, Joselito, aproveitou pra dar uma pisadinha no velho:
- Vejo que você responde muita coisa, mas quando a pergunta é na área cultural você engasga.
Cultural? Celine Dion?
O velhinho então, inspirado, falou toda uma frase bonita:
- É que eu sou um troglodita.
E o Sílvio:
- Troglodita? Que isso?
Como assim que isso, Sílvio?
- Um homem das cavernas. Eu me fecho em alguns estudos e me esqueço de viver.
Que lindo.
Sílvio, com cara de ratos mortos, vira para a mulher do cara e pergunta:
- Fulana, é isso mesmo?
E ela:
- Não.
Mulher é fogo. Custava não deixar o marido com cara de tacho?
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segunda-feira, setembro 22, 2003
Síndrome de Pollyanna
Vejam vocês que para tudo nessa vida há um lado bom.
Ontem, abateu-se sobre mim uma gripe inexplicável, coisa que me fez conseguir pegar no sono essa noite apenas às 4h da manhã, depois de muito me desesperar de dor de garganta. Coisa que me fez também trabalhar hoje que nem aquela mulher da propaganda do Supradyn que sai de pijama na rua - cansada, acabada, o último grau do lixo. Parecia que eu estava me movendo debaixo d´água. Tive tudo: febre, nariz entupido, crise de espirro, dores no corpo...
Mas pra tudo tem um lado bom, gafanhoto.
De manhã, ao passar pelo moço do sândalo dos infernos que me agride as narinas, milagre! Não senti nada! Pensei por um momento que tivessem inventado o incrível sândalo sem cheiro, mas depois me lembrei que o meu olfato tinha ido pras cucuias.
Na hora, consegui realmente ficar feliz.
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Identificação
Marina, a personagem irritante e mimada de Paloma Duarte na novela das oito, esperneia por não terem usado umas fotos dela na revista:
- Tem alguma coisa errada! Eu quero que caia uma bomba naquela revista! Quero que todos lá morram!
A mãe dela, chocada:
- Minha filha, já falei pra você não rogar praga. Depois volta tudo pra você.
Rolou uma identificação na hora. Ela gritando que queria que todos morressem parecia eu nos meus momentos de fúria. Que morram!!!
Com a diferença de que a minha mãe não quer que eu rogue praga não por medo de que voltem pra mim, mas porque ela sabe que as minhas pegam.
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domingo, setembro 21, 2003
Após muito debater de mim para comigo mesma, digladiar-me em torno de duas posições contrárias que insistiam em brigar na minha mente, decidi que colocaria esta história aqui, mesmo correndo o risco de que a pessoa em questão leia meu blog. Posso perder o amigo para sempre, mas não posso perder o post.
A viagem
O telefone toca na noite do meu aniversário. Normal, né? São milhares os fãs querendo me cumprimentar nesta data querida. Atendo. Um ex-rolo. Lá vamos nós...
- Oi, Fernanda! Tudo bem?
- Tudo ótimo!
De alguma maneira ele soube que é meu aniversário e está me ligando pra dar os parabéns. Só pode ser.
- O que você está fazendo às nove e meia da noite de uma sexta-feira em casa?
Mostra que não me conhece. Às sextas-feiras, eu estou SEMPRE nove e meia em casa. Já cheguei da faculdade e ainda não saí pra Matriz, na qual só apareço por volta de meia-noite. Claro que não perdi tempo de explicar tudo isso. Queria logo deixar claro que era meu aniversário pra que ele desligasse logo o telefone e tudo se acabasse.
- Ah, é que hoje é meu aniversário, sabe, estou recebendo algumas pessoas.
- Poxa, não fui convidado.
Não, querido. Errado. Quando você sabe que naquele dia é aniversário da pessoa, você fala assim, ó: “parabéns!”.
Eu, muito fina e paciente.
- Só tem algumas pessoas da família.
Uma lady.
- De que signo você é? Escorpião?
Sabe tudo de Astrologia. Escorpião começa no fim de outubro.
- Não. Virgem.
- Ah, mas é quase Escorpião. Por isso você tem várias características de Escorpião.
Vamos falar de Astrologia, então. É noite do meu aniversário, não estou fazendo nada mesmo. Isso porque, quando a gente saía, eu comentei com ele que era de Virgem, de 19 de setembro, e ele disse que eu era quase Libra (na época acertou) e que eu tinha muitas características de Libra. E olha que isso faz só pouco mais de um mês.
Mas então... depois disso ele manda a bomba.
- Quer viajar amanhã?
!
Excuse me? Viajar? Como assim, Bial? Se eu nao estou aceitando nem convite seu pra um chopp na esquina, como acha que eu vou VIAJAR com você?
- Não.
- Não???
- É, não estou a fim, não.
Tu tu tu...
Eu precisava dizer algo pra preencher o vazio.
- Pra onde você vai?
- Uns amigos me chamaram pra um sítio em Cachoeiro do Macacu.
Caraca! Cachoeiro do Macacu? Tá falando sério? Se ainda fosse Angra, num resort...
- Ah, sim.
Após alguns minutos e outras palavras trocadas, ele volta:
- Mas e aí, vai ou não?
Ué...
- Não. Eu já não disse que não?
- Pô. Mas é não mesmo?
Estamos andando em círculos.
- É...
- Assim, tão rápido?
- Estou querendo adiantar o seu lado pra você arrumar outra companhia.
Sou muito legal.
- Eu não quero arrumar outra companhia. Queria que você fosse comigo.
Ô, dó. E nisso toda a minha família me esperando na sala.
Já que não ensinaram pra ele que em aniversário não se aluga alguém muito tempo no telefone, a não ser que ela seja uma pessoa sem amigos (o que não é o meu caso), eu tive que terminar a conversa.
- Bom, então deixa eu ir lá que meus convidados estão me esperando.
Ao menos, descobri o autor do torpedo “saudades” do outro dia. Que se estiver lendo isso agora vai me tacar pedras portuguesas em uma próxima oportunidade.
Pia. Nunca disse pra ninguém que eu era politicamente correta. Por que as pessoas insistem? Fora que, se ele lê meu blog e não sabia que era meu aniversário, não está assim prestando muita atenção.
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Rápida sobre o cabelo
Eu, para Cunhado sem Loção:
- Você viu que eu cortei o cabelo?
E ele:
- Cortou? Eu até ia dizer que está mais comprido!
Joooo...
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Olhem o que eu ganhei do Leo!
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sábado, setembro 20, 2003
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Sobrevivência
Cena de Mulheres Apaixonadas: os velhinhos estão felizes no Retiro dos Artistas (óbvio, pô. Lá eles têm uma casa só pra eles, piscina, hidroginástica, espaço pra caminhar, vão ficar fazendo o quê naquele apartamento apertado do filho?). A velhinha, então, começa a filosofar:
- Sabe, Leopoldo, sabe por que ainda estamos vivos, cheios de saúde e disposição?
Papai, rapidamente, responde:
- "Porque ainda não morremos!"
Sem noção.
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Mais porcos para a Fernanda
Mamãe Joselita, que já tinha me dado um terninho leeendo, chegou com um pacote da Imaginarium toda feliz e me deu. Era um novo cofre de porco, que Mister M mão-podre quebrou o meu antigo outro dia. Agradeci o presente e ela disse:
- Ah, mas esse não é meu, não, é do seu pai.
Estranhei.
- Ué, e por que ele não me deu?
- Porque ele está lá na sala conversando com as pessoas.
Que coisa... e não podia ir até o quarto me dar o porco?
Quando fui até a sala, agradeci a ele.
- Papai, obrigada pelo porquinho!
Ele faz uma cara esquisita.
- Anh? Você já ganhou o porquinho?
- É, a mamãe me deu...
E ele pra Mamãe:
- Ô, mor! Por que você deu o porco pra Fernanda? Não era pra eu dar?
- Ah, você estava demorando muito, aí eu fui lá, peguei e dei.
Merece a alcunha de Joselita, né? Eles foram feitos um pro outro mesmo.
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Comida, Abel
Na hora do meu almoço de aniversário, Ana Pôla me estendeu uma bolsinha singela de papel e disse o clássico "não repara" (óbvio que eu reparo. A pessoa me dá um presente e eu não vou reparar?).
De qualquer forma, não tinha como não reparar. A bolsa estava cheia com várias guloseimas que a gente sempre fica olhando na loja de conveniências do posto em que vai tomar café todo dia e nunca compra por causa do valor calórico. Meu olho logo cresceu, quase chorei de alegria. Tinha wafer de goiabada com queijo, negresco com cobertura de chocolate, bono de pão de mel com cobertura de chocolate, bombom Sonho de Valsa branco e Bon Gouter de queijo com tomate seco. Nem se ela tivesse me dado um anel de brilhantes de eu teria ficado tão feliz. Têm noção de que ela me proporcionou um final de semana feliz e cheio de comida?
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quinta-feira, setembro 18, 2003
Nascimento
Thyrso revelou hoje que nasceu de sete meses. Isso explica muita coisa.
Pior mesmo foi ele contando que, em seu "livro do bebê", há relatos como:
"22 de dezembro - Thyrso nasceu. Ele é pequeninho. Os médicos dizem que, se ele viver mais 48h, ele deve conseguir ficar vivo."
"23 de dezembro - Thyrso ainda está bem. Mais um dia e ele deve sobreviver."
"24 de dezembro - Hoje é véspera de Natal e mãe de Thyrso recebeu a visita de tio de Thyrso. Ela estava chorando muito."
Que horror!
Já eu, não. Grudei na barriga de mamãe Joselita e não queria sair de jeito nenhum. Depois de uma semana da data prevista, resolveram me tirar de lá de dentro à força e eu nasci de parto induzido. À 1h15 da manhã, ainda a tempo de sair pra night.
Isso significa que meu real aniversário é daqui a mais ou menos duas horas.
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Report da novela
Hoje, como assisti à novela sozinha, tive que observar todos os detalhes joselípticos pra depois contar pra Papai.
- Chatel fez aniversário hoje. O que faz dela uma virginiana. Faz sentido que ela seja assim a alminha torturada que é.
- Sérgio, arquiteto e jogador de vôlei de praia, foi até a escola falar para os supercérebros da turma da professora Helena (quase a novela Carrossel) sobre a profissão dele (a de arquiteto, não a de jogador). Ele se deslocou até lá pra responder perguntas como "quanto dura o curso de arquitetura". Marcinha Feinha, amiga da outra feinha, faça o favor... isso aí você olha na internet, tá?
- E esses autores adoram um fantasma, hein? Salete Chorosa agora vive acompanhada da mãe e fazendo a idiota aqui chorar junto.
- Helouca Gam tem os dentes de baixo tortos, eu bem vi!
- Finalmente, Dóris, a personagem mais legal da novela, pôde comemorar a saída dos avós de casa (comemoração antecipada, porque é óbvio e ululante que ela não vai ter um quarto só dela). Impagável ela dizendo que o quarto estava com cheiro de VELHO. Ela se supera a cada dia.
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Estava com a televisão ligada hoje enquanto lia a matéria de Economia ni qui eu vejo com o rabolho o nome de um entrevistado: "Oiram". Oiram, sacaram? É Mário, ao contrário (até rimou). Vocês podem imaginar os pais da criatura olhando o pobre bebê, pensando: "Tive uma idéia!" e colocando este nome pior-da-semana no infelizinho?
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quarta-feira, setembro 17, 2003
Bichinhos nojentos
Uma amiga me contou que estava sentindo umas cólicas e foi aconselhada a tomar remédio pra verme. Fiquei curiosíssima, nunca conheci ninguém assim que tivesse vermes. Com um interesse praticamente científico, perguntei:
- E aí, eram vermes mesmo?
- Eram. Ascaris lumbricoides, lombriga!
Medo.
- E como você sabe? Elas saíram, anh... nas fezes?
- Saíram. Mortas, mas saíram.
Estado de choque.
Tempos depois, eu reajo, delicadamente, devagar, como que acordando de um longo sono:
- QUE NOJO!!!
- É, Fernanda... Qualquer um pode ter verme. Você não aprendeu isso na escola?
- Mas não era só pobre que tinha isso?
- Não. Qualquer um que coma alface na rua. Você come? Então, pode ter. Se eu fosse você, tomava remédio profilaticamente.
O papo estava ficando ruim de repente. Ainda por cima, uma joselita que estava por perto logo começou a abanar o rabinho, que quando o assunto é doença todos logo acham de participar:
- Tem que tomar remédio pra isso uma vez por ano!
A essa altura eu já estava até considerando a hipótese. Mas havia uma questão.
- Tá, mas... e se eu tiver uma solitária? Solitária é grande. Sai também?
- Sai, mas nesse caso tem que tomar cuidado porque pode sair por cima. Solitária é um bicho muito perigoso.
Estou passando mal.
Eu não vou tomar nada! Veja bem se eu, uma mulher chique, de terninho, tão bonitinha, vou ter verme? Não há a menor possibilidade.
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Diálogo de banheiro
Legítima representante do populacho fala para a outra representante do populacho:
- Eu mandei os meninos ir de ônibus e ninguém num morreu por causa disso. Ninguém num morreu!
Coitadinhos. Não houve sobreviventes, então.
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Par perfeito
Foi publicada na Revista Isto É matéria sobre uma agência matrimonial. Entre as informações, constava a de que mulheres com cabelo curto e obesas demoram mais para encontrar um par. "Os homens também não gostam de namorar as advogadas", conclui o texto.
A satisfação com que uma professora relatou hoje um caso me fez entender o porquê do receio dos rapazes em relação às advogadas. Ela contou a história de uma mulher que, ao descobrir que o marido participava de salas de bate-papo virtual sobre sexo, pediu uma indenização (gorda) por danos morais - e conseguiu. Minha amada mestra finalizou a história dizendo, vitoriosa:
- Mexer no bolso do cara é melhor que mandar castrar!
Vejam por que não querem namorar as advogadas. Elas conhecem seus direitos, o que automaticamente as transforma em belíssimas chaves de cadeia.
Se as informações da agência estiverem corretas, daqui a cinco anos minhas chances diminuirão consideravelmente. Só vai faltar engordar e cortar (mais) o cabelo. Aí meu futuro criando cachorros estará garantido.
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terça-feira, setembro 16, 2003
Entrevista? Mate a pau!
Quer mesmo o emprego? Então aprenda a dar respostas quase cretinas para perguntas francamente imbecis
Por Max Gehringer
Sair-se bem em uma entrevista é a capacidade – que raras pessoas têm – de dar respostas bem temperadas a perguntas insossas. Por exemplo:
– O que você sabe sobre a nossa empresa?
– Bom, ao ler o último relatório anual de vocês, eu pude notar que os indicadores financeiros de desempenho mostram uma clara tendência a...
– Você acredita em vida após a morte?
– Hã?
Embora não pareça, a primeira resposta do candidato foi desastrosa. Porque ele, acintosamente e sem pensar nas conseqüências, invadiu uma área extremamente perigosa, chamada Região de Ignorância do Entrevistador. Evidentemente, o entrevistador não havia lido o relatório anual da própria empresa e não tinha a mínima intenção de ser humilhado por um pentelho bem preparado para uma entrevista. Mas, como o entrevistador sempre tende a relevar a primeira pisada, o candidato ganha mais uma chance...
– Eu perguntei se você acredita em vida após a morte.
– Isso faz parte do pacote de benefícios?
Perfeito! A resposta induz o entrevistador a pensar que está diante de um desqualificado mental. A partir daí, fica estabelecido quem é o gênio e quem é o debilóide, e a entrevista tem tudo para ser um sucesso.
– Se você vier a trabalhar conosco, quais são suas expectativas?
– Ah, eu sou ambicioso, quero chegar a CEO da empresa!
Aí o entrevistador, que está na empresa há 18 anos e cuja máxima realização pessoal foi a de ter sido agraciado com um button – que ele chama de “bóton” e ostenta orgulhosamente na lapela do paletó –, se põe a lembrar... Aquela inesquecível cerimônia foi a última vez em que o CEO apertou a mão dele. E já lá vão quatro anos... E, após tanto tempo de dedicação, ele ainda estava ali, na mesma mesa, sobre a qual repousava o mesmo grampeador (Ativo Imobilizado 004-A) que ele requisitara do almoxarifado em 1988. E agora lhe aparece um candidato descarado querendo chegar a CEO! Portanto, volta o filme:
– Se você vier a trabalhar conosco, quais são suas expectativas?
– São de, no futuro, atingir uma posição igual à sua. Mas, para isso, sei que vou ter de dar o máximo de mim, todos os dias.
– Certo, certo. Aceita um cafezinho?
Em linguagem de entrevista, “Aceita um cafezinho?” significa “Você está indo bem, portanto não apele para recursos abomináveis, como o uso da inteligência”.
– Fale-me sobre alguma situação que você tenha resolvido usando sua criatividade.
– Claro, claro... Tem uma que é ótima. Quando eu estava em Harvard... Aliás, não sei se já mencionei que fiz MBA lá... Bom, então, teve uma aula de Business Furunculosis em que o professor, o famoso Doctor Alphonse Johnstone...
– Prefiro que você mencione alguma experiência prática.
Ou seja, diploma não é experiência prática. Deve ficar confinado ao currículo e nunca, jamais, ser mencionado em público. Além disso, o candidato falhou em um ponto crucial: ele não analisou detidamente a sala quando entrou. Se tivesse feito isso, teria notado que, na estante atrás do entrevistador, estavam enfileirados 87 Manuais de Normas e Regulamentos. Criatividade, ali, naque- le recinto, só entraria com mandado de segurança.
– Você prefere trabalhar individualmente ou em equipe?
Individualmente, claro! Quem gosta de trabalhar em equipe chega no máximo a supervisor. Mas a resposta mais sincera nem sempre é a mais adequada. Por isso, antes de responder, o candidato deve olhar para a mesa do entrevistador. Ela está atulhada de papéis? E alguns parecem estar ali desde a Proclamação da República? Nesse caso, o entrevistador é individualista e desorganizado. A mesa está limpinha? Então ele também é individualista, mas tem uma equipe que faz tudo por ele. No segundo caso, a resposta é: “Eu prefiro trabalhar com quem sabe delegar”. E, no primeiro caso:
– Um dia espero poder chegar a ser um individualista. Mas, por enquanto, sei que vou contribuir muito mais se trabalhar em equipe.
– Sei. Quer uma água, ou qualquer coisa?
Tradução: “Você está no caminho certo. Controle-se, que só faltam duas perguntas”.
– Qual é o seu maior defeito?
A resposta mais honesta seria “Por ordem alfabética?”, já que a lista de defeitos do candidato daria para encher as Páginas Amarelas. Mas o entrevistador está bem ciente de que jamais ouvirá uma confissão do tipo “Tenho chulé” ou “Sou preguiçoso”. Ele está apenas testando a habilidade do candidato de transformar um defeito em virtude.
– Ansiedade. Sofro muito quando as coisas não são feitas com rapidez.
Fantástica resposta. Além de inofensiva, totalmente inócua. E aí vem a derradeira pergunta, que fecha a entrevista com chave de ouro:
– Há algo que você queira me perguntar?
Sim, claro que há. Por exemplo: “Estive notando o corte de seu terno. Seu alfaiate é disléxico?” Mas é nesse momento que o candidato mostra seu grau de autocontrole.
– Eu gostaria de saber um pouco de sua história aqui na empresa, porque tenho certeza de que ela me será de grande inspiração.
Entrevista é isso. Mais que saber responder, é saber observar. Quanto às perguntas, existem para elas respostas verdadeiras e respostas adequadas. O candidato ideal é o que faz as respostas adequadas soarem verdadeiras.
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segunda-feira, setembro 15, 2003
Meninas (e meninos que já tiveram cabelo grande):
já repararam que, quando a gente decide realmente cortar o cabelo, marca dia, hora e tudo o mais, faz planos, escolhe o corte... o cabelo automaticamente fica LINDO? Pois é. É a sem loçãozisse do acaso. Só porque eu decidi que sexta (NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO) eu vou cortar o cabelo, hoje ele tava que parecia saído de um comercial de xampu. Lindo, loiro, balouçante ao vento.
Cabelhuco lazarento: não tem jeito, que depois de dois anos você não escapa das tesouradas da Sônia. Nem que depois eu derrame lágrimas de sangue.
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Texto agoniante
"Saudades!!!" Esta foi a mensagem de texto que mandaram para o meu celular hoje, durante a aula sempre-mais-do-mesmo de Língua Portuguesa I. Quando escutei o tu tu tu que avisa que há uma nova mensagem e vi que era um texto, pensei logo que fosse uma daquelas propagandas joselitas da Vivo. Fazem você pensar que alguém perdeu tempo mandando um torpedo pra você quando, na verdade, querem é anunciar um novo serviço. Ódio.
Mas não, tolo. Era realmente uma mensagem pra mim, que dizia "Saudades!!!".
Ah, tá. Só que meu celular é de mil oitocentos e vovô garoto e não me mostra o número do remetente. A pessoa que mandou, por sua vez, não assinou. Quer dizer, pode ser qualquer um, homem, mulher... pode ser até a minha chefe, sutilmente dizendo que eu deveria estar fazendo hora extra ou que já está com saudades de mim porque amanhã de manhã eu vou pra uma reunião fora.
PODE SER QUALQUER COISA! ARGH, JÁ ESTOU CHEIA DE BOLHAS!
Se for alguém que lê meu blog, favor acusar-se imeditamente. Pra eu dizer que também estou com saudades. Se for o caso, naturalmente.
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domingo, setembro 14, 2003
No escuro
Chego feliz e saltitante na casa de Pentel. Um frio do cão. O porteiro demora pra atender. Finalmente, ele vem. Eu informo:
- Oi, vou para o 404.
Ele me olha por alguns longos segundos, em silêncio. Finalmente, diz:
- Estamos sem luz.
...
- É mesmo?
- É. Está tudo escuro. Não tem elevador.
E continua parado na minha frente, sem se mover. Acho que ele espera que eu diga: "Está sem luz? Ah, então vou voltar, deixa ver se meu táxi ainda está aí."
Mas não, né? Eu digo:
- Ah, tá. E eu posso, assim, subir pelas escadas?
- Pode.
E continua parado. Achei que ele fosse me dizer mesmo pra ir embora. Afinal, o que eu ia fazer na casa da minha irmã se não tinha luz, não é verdade?
- Anh... e onde ficam as escadas, por favor?
Ele finalmente se mexe e começa a me mostrar o caminho. Eu tento puxar um assunto pra falar, além de estar realmente preocupada com isso:
- A escada fica escura?
- Não, tem luz de emergência.
Porra, então qual é o problema, amigo?
Esses porqueiros vieram todos de outro planeta.
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Aqui nessa casa ninguém quer a sua boa educação.
Nos dias que tem comida, comemos comida com a mão.
E quando a polícia, a doença, a distância ou alguma discussão
Nos separam de um irmão,
Sentimos que nunca acaba de caber mais dor no coração.
Mas não choramos à toa,
Não choramos à toa.
Aqui nessa tribo ninguém quer a sua catequização.
Falamos a sua língua mas não entendemos seu sermão.
Nós rimos alto, bebemos e falamos palavrão
Mas não sorrimos à toa.
Não sorrimos à toa.
Volte para o seu lar,
Volte para lá
Odeio gente vaselina. Odeio pessoas que são boazinhas. Que são legaizinhas. Que fazem questão de ser gente boa com todo mundo, só para agradar a todos. Para que todos sejam seus amigos, porque essas pessoas querem ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar. Gente hipócrita, sem personalidade, sem opinião, sem vida. Gente insossa. Sem sal, sem açúcar, sem interesse, de beleza fácil, triste e sem brilho. Gente fadada ao destino inexorável dos medíocres: o esquecimento.
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Globalização
Gringo é muito engraçado. Marido de Pessoa do Mundo da Moda se empolgou quando comentamos que ela não tinha carteira de motorista:
- That´s what I like in brazilian women. They need a man!
Riso geral na mesa, o que fez ele simple ainda mais e completar:
- They want a MACHO.
Figura.
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Preta
Preta Gil disse no Jô, sexta-feira, que pesa 70kg. Fiquei surpresa. Setenta quilos não é tanto assim, ela parece bem mais gorda. Televisão é cruel mesmo.
Tudo bem que se eu tivesse 70kg cortava os pulsos. Mas costumo ser bem mais permissiva com a gordura alheia que com a minha própria e, de coração, não acho esse peso um absurdo. Nos outros, claro.
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Nem aí e cheia da grana
Rapaz, e a música da Luka no comercial da Chevrolet, hein? Fico com lágrimas nos olhos só de imaginar a quantidade de dinheiro que ela ganhou com essa brincadeira.
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O Caminho das Nuvens
Fui ver ontem. Eu gostei, achei um filme bonito. Não bonito, pela história, mas bonito por algumas cenas, passagens. E, ainda que o filme fosse uma merda, valeria a pena por ver a Claudia Abreu atuando. Ela é maravilhosa. Agora... é um filme sem final, né? Quem vir, vai entender o que eu estou falando.
De qualquer forma, percebi que ando com saudades de ir ao cinema pra ver filme americano, pipoca. Ler legenda. Amanhã vou catar algum assim e ir assistir perto de casa, provavelmente sozinha, já ninguenzinha vai querer me acompanhar. Alguma coisa bem lixão.
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sábado, setembro 13, 2003
Novela minha
Cena que eu espero há tanto tempo: Rodrigo Bonitinho finalmente beija Paulinha Feinha.
Eles não são o par romântico dos sonhos de ninguém, mas beijo, quando demora muito pra rolar em uma novela, sempre gera uma expectativa. Ah, eu sou noveleira mesmo. Quem não é, não entende. Pô.
Então, o beijo. Os dois conversam. Ele puxa a feiaca pelo braço. Olha pra ela, ela olha pra ele, os dois se aproximam, seus lábios se encontram e...
- Tem um machucadinho nela.
Desperto do transe.
- Anh?
Procuro em volta quem teria ousado interrromper aquele momento.
Era Papai, que repete:
- Tem um machucadinho nela - e aponta, colocando o dedo na tela da TV - Aqui, ó, no queixo dela.
Cacetes envernizados! Eu esperando há meses por isso, a música do Skank rolando, o maior clima e Papai pensando no machucado da garota? Ah, não.
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sexta-feira, setembro 12, 2003
Terror no shopping
Eu e Ana Pôla caminhávamos em direção à saída do shopping. De repente, ouvimos uns seres emitindo uns sons estranhos e contundentes.
- Psiu, psiu.
E a coisa se intensificou, insistentes que eram os barulhentos.
- PSIU! PSSSSSSIU!
Ana, com medo na voz:
- Não olha, Fernanda, não olha! - disse, apertando o passo.
Pelo pânico, era como se, ao virar para trás, fôssemos nos transformar em duas estátuas de sal. E baiacas.
Mas não, o máximo que ia acontecer seria toparmos com pessoas querendo ser amigas. O que poderia ser até pior que virar estátua feia para sempre.
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E a tia de Brasília hoje estava com um terninho laranja-inexplicável. Nunca vi nada igual. Estava até estaile.
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quinta-feira, setembro 11, 2003
Superprodução
Mamãe Joselita assiste à novela das sete. De repente, surge uma pergunta que não quer FALAR, como já diria Dançadinha Visual. Mamãe indaga a Papai:
- Onde foi que eles arrumaram essa cama? Eles não estavam num galpão?
Adriana Esteves e Marcos Pasquim rolavam numa cama com lençol, travesseiro e tudo, mas deveriam estar num galpão.
Papai responde:
- Mor... isso foi a produção que deixou lá.
Ah...
De repente, aparece um balde com pétalas de rosa. Esses autores estão se drogando cada vez mais. Mamãe, novamente, pergunta:
- E esse balde com pétalas de rosa???
Ele novamente esclarece:
- Acho que entregaram lá por engano. Coisas da produção.
Quero uma produção na minha vida também. Estou lá paradona, distraída, e aí de repente, puf, aparece um empadão de queijo. Puf, um filhote de rottweiller. Puf, o Rodrigo Santoro. Acho que daria supercerto.
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Cerimônias
A tia simpática de Brasília usava uma blusa normalzinha, espantada, de crepe, acho. Mas por baixo ela usava uma outra de manga comprida, branca, de LANTEJOULAS. Toda de lantejoulas. Juro que foi difícil trabalhar com aquele brilho hipnótico na minha frente. Só consegui porque sou muito determinada.
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Hoje eu trabalhei que nem uma burra chucra. Foi tão bom! Adoro quando faço por merecer o caminhão de dinheiro que recebo todo mês.
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quarta-feira, setembro 10, 2003
Aventuras aulísticas
Cheguei atrasada na aula e tive que desalojar as coisas de uma garota. Quem aparece tarde não tem jeito: precisa escolher uma cadeira para tirar bolsas, pastas, livros de alguém, porque não sobram lugares assim fácil. Se duvidar, a gente tem que abater um a tiros pra conseguir uma vaga.
Quando ela percebeu que eu ia sentar LOGO na cadeira em que ela tinha colocado as tralhas dela, me olhou com o olhar mais antipático do mundo. Tá que eu olho do mesmo jeito, e até pior, para quem faz isso comigo, mas quem disse que eu sou imparcial? Eu não mereço receber olhares raivosos porque sou meiguinha, cordata e tolerante.
Mentalmente, praguejava por ter sentado ali, ao lado de uma pessoa sem loção, com cara de presepeira, mal amada, reclamuda. Não podia eu ter escolhido alguém legal? Mas não, pícaro, tinha que escolher a chata da turma.
Aula vai, aula vem, e eu tenho A crise de tosse da noite. Daquelas que parece que o seu fígado vai sair pela boca, porque o pulmão já derreteu há muito tempo e saiu com os perdigotos. No meio do meu desespero, a garota diz:
- Você quer uma bala?
Amigas para sempre. Melhor, só se tivesse me oferecido um doce de leite. Ou sacado de dentro da bolsa um empadão de queijo. "Fernanda, aqui, toma esse empadão." Aí eu até casava com ela.
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terça-feira, setembro 09, 2003
O setter da Mel
Mel passa o Rodo tem um cachorro enorme, o Príncipe, um setter irlandês lindo e grande. Bem grande. O adorável bichinho ficou sem nome por um tempo. Explica-se: ele foi achado na rua pelo pai da Mel. O ex-dono, um sujeito sem coração, largou o cachorro, de raça, na rua. Largou. Em vez de dar pra alguém, levar até a SUIPA, até tentar vender, sei lá, o cara literalmente jogou o bicho fora.
Pai de Mel, condoído, recolheu o cachorro. De alguma forma que eu nunca entendi bem, eles descobriram o antigo dono e foram checar como se chamava o setter. Foram supreendidos com uma alcunha ridícula: "TUZÃO".
Diante de tal bizarrice, eles resolveram rebatizar o cachorro e aí começou o problema. Ninguém se decidia por um nome, até que um dia eu fui lá, chamei de Príncipe e ficou por isso mesmo. Não é criativo, mas é a cara dele.
A mãe de Mel nunca conseguiu se entender com o nome do bicho. Como ele passou muito tempo sem nenhum, ela acostumou-se a não chamá-lo de nada. E isso não foi problema até o dia em que ela estava passeando com ele na rua e um grupo de meninas, encantadas com a beleza do animal, foi fazer festa nele. E uma delas perguntou o nome.
Situação difícil, hein, Mister M? Como a mãe de Mel poderia dizer que não sabia o nome do próprio cachorro? Iam pensar que ela era louca, interditá-la e levar o bicho por segurança. Então ela, sem pensar muito, disse o primeiro nome que lhe veio à cabeça:
- CHICÃO.
Dias depois, ela estava distraída andando na rua com o Tuzão, quer dizer, o Chicão, quer dizer, o Príncipe, quando passou em frente a uma igreja e ouviu um monte de gente gritar:
- Ahh! Olha ali o Chicão, o Chicão! Ele é lindo, olha ele!
Ela olhou em volta intrigada, pensando quem diabos seria o Chicão. "Será que é algum padre?".
O bicho vai acabar tendo que ir pra um psicólogo de cães, por crise de identidade.
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Ira novamente (menos que ontem, dessa vez eu nem quero que a pessoa morra)
Vai cair a boca da mocréia que fuma dentro do banheiro feminino lá no trabalho. Eu abro a porta e sai aquele bafo de cigarro. Assim não dá. E a criatura ainda joga a guimba dentro do vaso sanitário, que é pra entupir tudo e dar bastante trabalho pro pessoal da limpeza. Não pode jogar no lixo, porque senão qual seria a graça, né? Seria uma merda pela metade, não uma merda bonita, completa.
Tem ou não tem que ficar sem boca?
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segunda-feira, setembro 08, 2003
Beleza põe a mesa
Papai de Suave Veneno também era Joselito.
Ela ainda adolescente, o papo girava em torno de mulheres que são bonitas e, por isso, não precisam estudar tanto. Ao menos, a tese na época era essa. Essas garotas tinham a oportunidade de fazer um bom casamento, e, assim, não se preocuparem muito com letras e carreira.
Então, subitamente, ele olha bem nos olhos dela e diz:
- Já você tem que estudar, né, minha filha?
Maldade com a pobre Suave, que se hoje é ferina, tem seus motivos.
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Ira. De verdade.
Já falei sobre isso aqui. Estou me tornando repetitiva. Mas eu preciso falar de novo.
Hoje quase fui atropelada por uma bicicleta. Mas não uma vez só. DUAS vezes. Porque por duas vezes eu estava atravessando um sinal vermelho, já tinha checado que os carros tinham parado, mas aí veio um corno sem mãe em uma bicicleta e por entre os veículos e atravessou o sinal. Repito, isso aconteceu duas vezes hoje. Na segunda, o sujeito realmente quase me atropelou. Passou muito perto. Vocês já imaginaram o transtorno na minha vida se isso realmente acontece? Eu certinha, lá, atravessando na faixa, e toda machucada por causa de um irresponsável?
Cara, só de me lembrar disso, a raiva volta. Eu tive muita raiva. Quis que ele morresse. Ainda quero. Quero que todos esses ciclistas de rua morram. Quero encontrar um ensangüentado no chão, despedaçado e ainda ter tempo de cuspir na cara dele antes do último suspiro. Não tenho pena. Malditos sejam.
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Estou tossindo há uma semana. Sexta passada, fui na minha curandeira, que me passou uns pozinhos lá. Tudo placebo, né, mas, como eu optei pela homeopatia, pra não ter mais que tomar cortisona a cada crise de tosse, tenho que agüentar.
Pior é que nem um xaropezinho a mulher me passou. Nem um mel com própolis. Qualquer coisa pra acalmar a tosse. Quando eu perguntei se ela não ia me passar nenhum xarope ela disse, implacável:
- Não tem necessidade. Bebe água.
Pessoa de coração ruim. Senhora do gelo. Se eu morrer que nem cachorro tuberculoso, a culpa é dela, ó. Eu sumindo de repente, vocês já sabem.
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domingo, setembro 07, 2003
Eternamente jovem
Pentel e Cunhado sem Loção estão assistindo televisão na paz e quietude do seu lar. De repente, entra a propaganda "Momento Imedeen", de um produto de beleza que estão anunciando no GNT. A entrevistadora apresenta o dermatologista famoso e pergunta:
- Dr. Fulano, qual a sua recomendação para quem quer ter uma pele sempre perfeita?
Ni qui Cunhado sem Loção prontamente responde:
- Morrer cedo.
Imagino que ele ainda deve ter pensado que essa é tão fácil que pra responder nem precisa ter cinco anos de Medicina.
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POST MEIO DIARINHO
Traição: sábado também é dia de Matriz
Rascunho do mapa do inferno. Portal do horror. Habitat natural do demônio. Assim estava a tal festa anos 80 que rolou na Cobal no sábado. Como eu fui parar lá? Minnie Nome Triplo, mais perdida que ator de novela das oito em tiroteio, me chamou para uma festa da turma dela da faculdade. Juro por Deus. Quando cheguei lá, era um evento badaladíssimo, que tinha até saído no Rio Show.
Eu poderia até ficar animada, mas a fauna local estava de doer. Gente mal vestida, com cabelos coloridos ensebados, camisetas de banda de rock e correntes amarradas na cintura. Ah, não, eu não mereço levar o meu batom novinho e meu cabelo tratado a shampoo francês pra passear num lugar desses. Dez minutos na porta do evento e eu só conseguia pensar em duas coisas: ma... triz. Tá que não é o lugar mais chique do mundo, mas ao menos eu já estou acostumada e, por incrível que pareça, as pessoas são mais ajeitadinhas.
Corremos para lá imediatamente. Depois de um copo de vinho, eu já estava feliz e entoando altos papos com Ana Pôla. Conversa animada interrompida por dois manés grau 10 que vieram cantar a gente. Não perceberam que tínhamos acabado de chegar e que estávamos fofocando? Que desagradável. Mandamos voltarem mais tarde. Não voltaram. Dormi na pia essa noite por causa disso.
Meu amigo, o lixo
Dançamos muitas musiquinhas legais, é bom ouvir música em inglês pra variar. Ana finalmente acredita que Matriz também é legal no sábado.
Eu, como sempre, encostada na lata de lixo. Sempre danço perto de algum lixo.
Rola uma identificação.
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sábado, setembro 06, 2003
I´ll go out and find another you.
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sexta-feira, setembro 05, 2003
Vendedores de sândalo
Estou com medo. Eles estão em todos os lugares. Já começo a ter saudade da saudável atmosfera com o doce aroma do monóxido de carbono. Agora, aonde quer que eu vá há um cheiro pestilento de sândalo no ar.
Aliás...que louco, além do Cunhado sem Loção, compra sândalo? Pra quê, meu Deus?
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Músicas e ratos
Menino Cruzzoe lançou um concurso no blog dele. Ele queria um novo CD mistureba, e, como estava com preguiça de fazer a seleção de músicas, achou de pedir esse pequeno favor para nós, leitores, que não estamos fazendo nada mesmo. Para disfarçar essa exploração, ele vai dar de presente, Deus sabe com que critério, um exemplar do CD para um leitor.
A idéia é a seguinte: os leitores do blog sugerem músicas livremente, e, ao final do período de sugestão de canções (que prazo é esse, amigo-lhes, é um mistério maior que a idade da Glória Maria), as pessoas vão votar cada uma em uma música. As 20 mais votadas vão para o CD que ele vai gravar.
Acho que é isso, mas pode não ser. Demorei uns três ou quatro dias juntando lé com cré no meu cérebro, mandando meus dois neurônios, Bruno e Marrone, pararem de dormir na praça e trabalhar, para que pudesse finalmente entender o intricando mecanismo do concurso.
Mas tá que eu não sou o único ser de cabelos loiros com lapso de capacidade intelectual dessa história.
Quando pergunto a ele como vai a gravação do CD, ele diz, desanimado:
- Ainda não consegui baixar todas as músicas, estou tendo uma certa dificuldade.
Eu estranho porque, afinal, ele ainda não sabe quais serão as 20 mais votadas. Por que já estaria baixando músicas da internet, Bial? Bom, devia haver um motivo. Eu perguntei assim, já achando que ia levar um superfora, porque devia ser algo que minha inteligência linear não tinha captado:
- Por que você não baixa só as 20 que forem entrar no CD?
E ele diz que não tinha pensado nisso.
Imaginem que nosso herói, mais esperto que a maioria dos huskies siberianos, estava baixando TODAS AS MÚSICAS sugeridas, mesmo as que ele provavelmente não vai usar. Se tivessem sugerido 564 músicas, ele ia baixar tudo isso, só pra depois apagar as 544 restantes do HD.
Mais um que viveu seu dia de Pinky!
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quinta-feira, setembro 04, 2003
Vale quanto pesa
Mamãe Joselita estava contando toda prosa que pesou 59kg hoje no Vigilantes dos Presos. Depois que acabou de relatar toda a história, muito feliz, ela declarou:
- Hoje eu nem almocei pra não estar pesada quando chegasse ao Vigilantes!
Imaginem que ela FICOU COM FOME pra poder dar menos, sei lá, uns 400g na balança.
E depois vocês querem saber por que eu sou assim doente, anoréxica virtual. Cresci ouvindo mamãe dizer que tinha uma tia que era tão orca-baleia-porca que tiveram que quebrar a porta do quarto dela pra passar o caixão. Isso traumatiza uma pobre criancinha adorável que eu era. E faz com que ela se transforme nisso.
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Eu só quero chocolate
Distraída que estava eu no ônibus (como sempre, com meu walkman-espanta-pessoas-sem-amigos-conversentas-dos-infernos), fui despertada pelo tiozinho do chocolate, que anunciava:
- Oooolha o chocolate com leite condensado! Esse vocês já conhecem, não contém Mirabel!
Mirabel, amigo... Mirabel é o negócio que eu comia na merenda quando era criança. O cara é, no mínimo, nostálgico. Ainda existe Mirabel? Ele queria dizer que o chocolate não tem biscoito, não é biscoito com chocolate, que nem Bis, sei lá. De qualquer forma, aquele genérico que ele estava vendendo devia ser bãaao, hummm... codilôco.
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No meio da aula, uma menina levanta a mão subitamente e pergunta ao professor se tinha departamento médico na faculdade. Então El Bigodon, ao meu lado, começa a perguntar:
- Anh? Departamento médico? Por quê, tem alguém passando mal?
Não, Pedro Bó. Ela interrompeu a aula porque precisava muito discutir o capítulo de ontem da novela com um médico. Quem sabe o Dr. César. E tinha que ser naquela hora.
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terça-feira, setembro 02, 2003
Eu e meu cão
Boo é ímã de pessoas sem loção ou ao menos de pessoas que perdem a loção temporariamente. Assim como Alah pendurou no meu pescoço o destino de conviver para sempre com pessoas enroladas, pendurou no dele o destino de atrair pessoas sem loção. Cada um com os seus problemas.
Quiet Cristiana é uma amiga de Boo. Ela namorava um sujeito meio chucro, estilo uga buga, que carrega a mulher pelos cabelos . Pior: não só namorava, como morava com ele e então imagina-se que a vida dela não era assim uma torta de morango com chantilly.
Um dia, Quiet ligou para nosso herói para chorar as mágoas. Ele fez a pergunta óbvia e ululante:
- Por que você não vai embora?
Ela explicou que não tinha para onde ir. Ele, gentil patológico, ofereceu o apartamento.
- Você pode ficar aqui em casa até ter um lugar.
O problema devia ser só esse mesmo porque já no dia seguinte ela estava ligando para o Boo e dizendo que tinha terminado tudo com o cara e ia para a casa dele. Ele estava decidido a acolhê-la...
- OK, sem problemas...
... até que ela levantou uma questão insólita:
- Temos que ver onde o Fred vai ficar. Pode ser na cozinha de repente e...
Espanto.
- Fred? Quem diabos é Fred?
- Fred. O meu cachorro!
Hein?
- Cristiana... eu tenho um gato! Não posso ter um cachorro aqui!
Está certo que talvez eu também ficasse meio desesperada por me separar (dos dois cachorros, o marido e o de verdade, mas principalmente pelo de verdade)... só insanidade temporária pode explicar alguém se mudar de favor pra casa de alguém.... alguém que você sabe que já tem um gato... e ainda levar um cachorro! Ainda mais vindo de uma pessoa que parece ter a cabeça no lugar. Surtos...
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Castigo insólito
Filho de LuIcia, a criança mais linda de todo o universo, foi nos visitar hoje. Em meio a várias gracinhas, ele ensaiou colocar o dedo no nariz.
Thyrso olhou para ele e disse, muito sério:
- Olha... veja só o que acontece com criança que coloca o dedo no nariz.
E mostra a mão com um dos dedos abaixados, como se tivesse sido cortado.
- Mamãe corta o dedo da criança que faz isso!
Foi uma joselitice tão grande que de início ninguém teve reação: nem a criança, nem a mãe, nem nenhum de nós que estávamos em volta.
Humor negro da melhor qualidade.
Felizmente, filho de LuIcia é um garotinho easy, iluminado e precioso, e não tomou muito conhecimento. Até riu quando Thyrso se tocou da bobagem que tinha dito e fingiu que o dedo tinha crescido de novo.
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segunda-feira, setembro 01, 2003
Blogando e rodando e a TV ligada. As vozes no vídeo ficam lá, falando, e eu nem dou bola. Até que ouço uma coisa que me faz parar imediatamente.
"O que você faria com uns quilinhos a menos?"
Olho com cuidado para a televisão. O tema é sensível e merece respeito. Pessoas dão depoimentos. Mal consigo prestar atenção. Até que de novo, a frase.
"O que você faria com uns quilinhos a menos?"
Caramba! Muita coisa! Deixa ver...
E a frase novamente:
"O QUE VOCÊ FARIA COM UNS QUILINHOS A MENOS?"
Argh! Tá bom! A quem eu tenho que matar pra conseguir isso?
"Fale com o seu médico. A Roche tem um novo medicamento que elimina até 30% da gordura dos alimentos."
Médico. Eu preciso de um médico.
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Aquela nuvem que passa lá em cima sou eu
No meio da noite, escuto um estrondo e um barulho de água caindo: cháaaa. Imediatamente, percebi que tinha dado um porradão no copo com água que dorme no meu banco de cabeceira. Eu ia morrer de sede até de manhã (naturalmente não iria levantar), tudo porque eu tive um sonho que me agitou tanto que eu derrubei o copo.
O pior de tudo é que eu sonhei com... a novela.
Sonhei que Cláudio estava beijando a Gracinha (mulher insuportável!), e eu achei tãaao absurdo que atirei o copo longe de tanta raiva.
Eu sou meio doente da cabeça. Mas não deixem aquele pessoal de branco com uma camisa engraçada na mão me levarem embora no carro grande.
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Sobre o blog
Boo contou uma história engraçada. Minhas anteninhas de vinil já detectaram um bom post. Disse logo:
- Ei, isso aí é blogável!
Ele faz uma cara de contrariado:
- Claro que é. Minha vida inteira é blogável. Não sei por que você não bloga ela TODA.
- Estou esperando que você crie um blog e faça isso você mesmo - esclareço.
Ele discorda:
- Não... o próximo blog que eu fizer não vai ser nesse modelo "diário". Vai ser uma coisa mais pensada.
!
Loading...
- Boo, você está desmerecendo meu blog? Está dizendo que não é pensado? Eu penso pra escrever aquelas coisas, viu?
Ele com cara de enfado:
- Não, Fernanda, você não só pensa... você produz conteúdo. Eu não teria tempo pra isso.
Eu me calei. Ele disse:
- Ué, não vai continuar? Não vai dizer "você então está dizendo que eu não faço nada, que tenho tempo pra ficar blogando" ?
- Não. Parei.
Ele disse que eu produzo conteúdo. Elogios me derrubam.
Sou mesmo que nem cachorro.
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