Ontem teve aquele temporal que derrubou árvores, casas, pessoas, cachorros, coelhor, doninhas.... estava assustador e eu saí na PIOR HORA. Naquela hora em que despencou a chuva, em que ventava tanto que guarda-chuva não dava pra abrir e o jeito era encarar o aguaceiro. Achei que uma árvore fosse cair na minha cabeça ou que eu fosse morrer eletrocutada. Quando meti a mão na porta para sair do hospital, as pessoas lá dentro começaram a gritar, histéricas:
- Não sai! Não sai!
Mas eu saí, porque sou antes de tudo uma forte. E porque tinha prova de Sociologia Geral e não ia fazer segunda chamada nem por um cacete de cristal.
Entrei na sala pra fazer a prova e esqueci da vida até quase 20h30, quando saí de lá. Chequei o celular e tinha uma ligação da Pentel, pra saber se eu estava bem. Logo depois, Papai Joselito também ligou. Suave Veneno, hoje, disse que tentou falar comigo, apesar de não ter deixado recado, e que ficou preocupada porque eu não atendi. Até Pinky, pobrezinha, mobilizou-se: disse que, quando me viu sair correndo pela rua (louca, desvairada, debaixo da chuva, me atirando embaixo do primeiro santo táxi que passou), ainda foi atrás, pra me segurar, dizer pra eu não ir, mas que não conseguiu me alcançar.
Todos me amam. E sabem que eu sou trololó o suficiente pra enfrentar o pé-d´água.
Prova de Sociologia Geral. Delícia de viver. Uma questão muito bem feita e duas muito mal feitas, muito mesmo. Outra de intepretação de texto e mais outra normalzinha. No fim da prova, aqueles comentários de sempre, as pessoas falando sobre as respostas que deram... blá blá blá... normal. Uma das meninas então começa a contar que acha que não foi muito bem, que não estudou nada... e, então, emenda:
- Mas com essa eu não estou preocupada... só tenho que tirar meio.
Loading...
Como assim meio, Bial? Se eu que tirei 10 na primeira prova tenho que tirar pelo menos 4 pra ficar com média 7 e passar... como alguém pode só ter que tirar meio? Enquanto eu puxava pelos pobres Bruno e Marrone, meus neurônios loucos pra dormir após terem tido que falar tanto de Durkheim, Weber e Marx, alguém se adiantou e indagou:
- Por que você tem que tirar só meio?
A pergunta que não quer calar.
Ela esclarece:
- Pra poder ir pra prova final.
Pênis! Eu aqui preocupada em quanto eu tenho que tirar pra passar direto e a menina garantindo a prova final. É outro parâmetro, não dá mesmo pra entender.
Por que em dicionários de língua estrangeira, ao lado de cada palavra, eles não colocam a palavra como se pronuncia? Mas não com aquele códigos que ninguém entende, por mais que tentem dar uma aula daquilo no curso de inglês. Falo de uma proposta mais inteligível. Algo como "trouble" ("tróblou"), "way" ("uei") e por aí vai. Ia ser terrivelmente mais fácil.
Qualquer justificativa que haja não me convence da utilidade de uns símbolos que a esmagadora maioria dos usuários não compreende.
Adendo ao post, após comentário do Pivo:
Tenho noção de que a pronúncia em cada lugar é diferente e que ó código foi feito pra minimizar isso (eu ia até colocar isso no post logo de cara, nem sei por que não pus), mas, se a maioria das pessoas não entende, não está atingindo o objetivo. Pra quê um negócio tecnicamente perfeito que não ajuda grande parte das pessoas? Acho que, mesmo com eventuais choques de pronúncia, uma coisa mais simples, escrito como se fala, seria de utilidade prática muito maior.
Um dos traços da minha personalidade doente é não gostar de poesia. É, eu não gosto. Se for muito bem feita, eu até admiro, um Fernando Pessoa ainda vai. Mas, em geral, rimou, me irrita. Aquelas que não rimam, eu ainda tolero, aliás, fico até aliviada em ler. Rima, só em música. E com restrições.
Mas o que me deixa quase à morte mesmo é ler poesias totalmente mal escritas. De gente que acha o máximo rimar solidão com coração e diz por aí que escreve poesia por isso. Isso pra mim é pior que trocadilho infame. Lixo. Gente que tenta escrever poesia sem saber é pior que Alexandre Pires, porque o Alexandre Pires pelo menos está cheio do dinheiro.
Outro dia, Mel passa o Rodo mostrou pra mim o supra sumo da poesia horrenda. Um sujeito mandou para ela em forma de torpedo. Sintam só o naipe do rapaz:
"Hoje percebi
que ter conhecido você
trouxe cor em meu viver
saiba que meu coração pensa em você"
"Você" rimando com... "você"! Expressão máxima da criatividade e da riqueza vocabular.
Tem mais:
"Bom dia
pois o sabor da vida
é amar com alegria
na qual a sua me sua me contagia"
Essa aí ainda por cima quase não faz sentido.
Pior que outro dia o mesmo cara disse pra Mel que tinha um presente pra ela. Ela foi toda empolgada, crente que era um chocolate, e o sujeito disse que era o quê, o quê, o quê? Uma poesia! Ela respondeu, decepcionada:
Por causa daquele filme bobo, feio e chato que eu vi ontem, acabei sonhando que Papai Joselito tinha morrido. No primeiro dia em que eu ia trabalhar normalmente depois do que tinha acontecido, minha mãe, que detesta acordar cedo como 90% das pessoas, estava acordada pra fazer o café pra mim, como Papai sempre fazia, pra que eu não sentisse muito. Lembro de ter pensado no quão sacrificante estava sendo pra ela fazer uma coisa pra tentar me consolar quando ela mesma estava arrasada. O sonho cortou para a faculdade... e eu estava sentada num meio fio, sozinha, chorando, sem me importar muito com o mundo em volta. Que mundo poderia importar em um momento como aquele? Um sujeito sentou-se do meu lado e eu tive a impressão de que ele queria me cantar (em sonho, a gente sabe essas coisas). Então ele perguntou por que eu estava chorando (devia estar mesmo muito a fim de mim, pra se aproximar de uma doida chorando baldes. Parada mais social!), provavelmente achando que era uma coisa boba. Eu respondi:
- É que meu pai morreu ontem.
Ele tentou parecer blasè, não demonstrar que não esperava que fosse algo tão sério. Eu comecei a falar que eu adorava ele... que conversava com ele todas as manhãs, que ele fazia café pra mim e depois ia comigo conversando até o ponto de ônibus... eu falava com aquele estranho sem o menor pudor. Até que ele olhou bem pra mim e disse:
- Fernanda, nada disso aconteceu. Seu pai não morreu.
Eu olhava para ele sem entender muito bem, mas sabendo que a resposta estava vindo na minha cabeça.
- Fernanda. Acorda. Seu pai não morreu. É sonho.
Todo mundo que perde alguém querido deve querer ouvir de repente que nada daquilo aconteceu realmente. No meu caso, graças a Deus, era mesmo apenas um pesadelo.
Quem manda chegar em casa às 22h e aceitar o café que Mamãe ofereceu... 200 ml de café preto... e depois de uma meia hora abrir uma cola-cola e tomar 300 ml? Fui dormir à uma da manhã, às 2h estava ligadíssima e às 3h poderia sair pra passar um pano de chão no corredor do prédio, limpar umas pratas, jogar Banco Imobiliário.
Quando consegui dormir, não poderia sonhar coisinhas fofinhas. Formigão tem que parar de andar com equipo de cafeína durante a noite.
Estava eu na antesala do diretor de um dos hospitais, esperando pacientemente para falar com ele. Cheguei meia hora mais cedo que o de costume, porque a secretária tinha me avisado que ele teria que sair para uma reunião fora logo depois. Cheguei, ela estava no telefone, sentei para esperar ela desligar e me anunciar. Então ouço ele gritar lá de dentro:
- Ó, se a coisa não chegar, eu vou embora, hein???
Ela desligou rapidamente o telefone e me perguntou:
- O que foi que ele disse?
- Que se a "coisa" não chegasse ele iria embora. Acho que a coisa sou eu.
Sem graça, a moça entrou para dizer que eu estava lá. O bom é que o sujeito nunca foi tão simpático comigo.
Desde A vida de David Gale que eu não vejo um filmão. E olha que depois disso já vi Identidade, Os Normais, Matrix Revolutions e, hoje, As invasões bárbaras. Fui esperando muito e, como sempre acontece nesses casos, me decepcionei. Acho que meu QI entre pirulito e mariola não alcançou o que os intelectuais viram. Fazer o quê. Fico com A vida de David Gale. Que, aliás, vai entrar em cartaz no circuitão. Vejam.
Morram de inveja: Andreh baixou no meu trabalho na quarta-feira e conheceu Suave Veneno, Thyrso, Dançadinha Visual e... Pinky! Ele ficou tão emocionado que eu pensei em fazer umas visitas guiadas de vez em quando com os meus leitores. A dois doces de leite cada um.
Estávamos hoje no trabalho comentando sobre aquela propaganda cretina do Biotônico Fontoura. A propaganda é cretina e o produto é cretino. Conheço n histórias de pessoas que tomaram essas coisas na infância e que depois tiveram que fazer tratamento pra emagrecer. Porra! A criança não quer comer, não come. Deve ser porque não está com fome. Vê lá se etíope tem perda de apetite.
No bojo do assunto, Thyrso contou que a tia dele não dava nenhum remédio pros filhos, mas que eles, de uma hora para outra, começaram a não deixar nada no prato. O segredo? Se a criança não comia, ela guardava aquele mesmo prato feito dentro da geladeira e a próxima refeição dela seria aquele mesmo prato. Só seria outra coisa depois que fosse consumido. Melhor comer quentinho na hora, né?
Mamãe não fazia nada disso. Ela dizia que "em casa que tem comida, criança não morre de fome" e deixava a gente quieta. Só que eu e Pentel não tínhamos dinheiro na mão que nem a pirralhada de hoje pra comprar um monte de besteiras e não depois almoçar e jantar. E nem a minha casa tinha um monte de biscoitos, bolos, essas coisas. Era tudo racionado. Por isso, virei essa sílfide.
+++
Tem alguém fazendo pipoca com manteiga em algum lugar. Eu mataria por uma pipoca com manteiga.
Hoje saí de casa de péssimo humor. Sabe aquele dia em que pequenas coisas dão errado, mas, como são várias pequenas coisas, quando você vê, está chutando criancinha na rua, cuspindo em mendigo, mandando velhinho à merda...? Pois é. Foi hoje. Saí atrasada, esqueci em casa um troço importante, peguei um trânsito do caralho, estava um calor do caralho maior ainda.
Percebi que a minha sorte ia mudar quando ele entrou no ônibus.
Ele é um sujeito que eu vejo de vez em quando, quando dou sorte dele pegar o mesmo ônibus que eu. Ele embarca um ponto antes de eu descer, antes do túnel (essas histórias de ônibus são uma pobreza só. Caco Antibes vomitaria lendo isso). O bichinho tá longe de ser bonito, mas me lembra alguém que foi muito importante... e toda vez que eu o vejo fico um pouquinho mais feliz (ou, no caso de hoje, um pouco menos mocréia-mal-humorada).
Como já se tornou uma constante em meus domingos, estava eu hoje assistindo o programa da Marília, no GNT. Hoje ela entrevistava a Zezé Polessa, ni qui a atriz admitiu que a sua síndrome é o medo. Que ela tem medo de tudo o que é novo. Até aí, normal. Eu sou também uma medrosa, admito, praticamente uma Regina Duarte de tanto medo que sinto do desconhecido. Então ela disse que, certa vez, a Elza Soares disse a ela uma coisa que muito a ajuda até hoje com essa neura. Nessa hora, levantei as orelhas. Vai que ela revelasse alguma coisa que me ajudasse muitíssimo. Então, ela declara:
- Elza disse que a gente sente medo na proporção do que é capaz de fazer. Que, quanto mais medo sente, mais legal vai ficar o que você vai realizar.
...
É a frase de auto-ajuda mais non sense que já ouvi. Bom, pelo menos fez sentido para a Polessa.
Bem que ele tentou puxar papo, mas não conseguiu. Em geral, motoristas de táxi não ouvem a minha voz, mas hoje eu estava especialmente calada, pensando na minha noite espacial de sexta com meu amigo Astronauta, em Matrix Revolutions, que eu tinha acabado de assistir, na parada social familiar de domingo que terei que ir... enfim, não dava para engrenar uma conversa. Quando chegamos perto de casa, o sujeito arriscou:
- Pode deixar que eu espero a senhora entrar...
E, antes que eu agradecesse, ele emendou:
- ... se a senhora não se importar.
Nisso eu notei que ele devia estar pensando que eu era uma pessoa bem estranha. Quase uma sociopata.
Ele entra todo saltitante na sala. Parece o garoto do comercial das Casas Bahia. Não sei por que, tive a sensação de que ele estava ali para vender alguma coisa.
- Boa noite, pessoal. Eu sou o presidente da federação dos estudantes de Direito aqui da Universidade.
Cagaalho!
- A gente tem feitos algumas atividades que não têm beneficiado vocês do turno da noite. Sabemos que vocês estão sendo prejudicados, por isso programamos algo para vocês. Será um julgamento simulado, com um lado contra e um a favor do movimento sem terra.
U-hu!
- Será neste sábado, na Barra, às 10h. Um ônibus partirá aqui do Centro às 8h30.
Nossa, vou correndo participar!
- Agora... as inscrições abrem amanhã, e quem estiver interessado tem que ir logo, porque são só 50 vagas.
Posso dormir na faculdade hoje para ser a primeira a me inscrever???
Vou te contar. Neguim come merda no café da manhã.
Coisas que deveriam me desestressar e me deixam estressada
Coisa um: o jardim japonês
Suave Veneno me deu um jardim japonês no meu aniversário. Sacam jardim japonês? É um hexágono cheio de areia pra colocar em cima da mesa, com uns cristais e uma pazinha de madeira imitando ancinho, para você ficar arrastando a areia e relaxar. Tá que pra mim tinha que ser um arado inteiro, com pedras de verdade pra eu chutar e tacar nas pessoas que viessem me incomodar, mas este quebraria um galho.
Ontem, sonhei que estava zangadíssima com meu estagiário-legal-que-até-lê-meu-blog. No sonho eu tinha muita raiva dele. Ele tinha tacado o meu jardim japonês na cabeça de Sou da Galera do Agito. A bronca não era porque ele tinha atirado o negócio na colega estagiária, mas porque toda a areia tinha caído no chão e ele ficava tentando se justificar.
Acho que sonhei isso porque, como eu movo o negócio para lá e para cá na minha mesa, todos os dias um pouquinho de areia escapa, e eu já pensei que um dia ela vai acabar. Um dia ela vai acabar! Como os recursos naturais da Terra!
Já estou preocupadíssima em procurar onde vende reposição para isso. Para os recursos naturais da Terra e agora para a areia do meu jardim japonês.
Coisa dois: a ida ao cinema
A pessoa resolve ir ao cinema, ver uma comédia, para desestressar e esquecer definitivamente que fígado existe. Até consegue, mas não pode deixar de notar um IDIOTA no cinema que tenta, a cada cena um pouco mais engraçada, puxar palmas. Ele percebe que não está adiantando, mas tenta sozinho O FILME INTEIRO. Note que ele não BATE PALMAS, porque se batesse palmas, sozinho, seria ridículo, mas mais digno. Mas não, tolo, ele tenta puxar, bate uma vez só, procura adesão e então desiste. Podia desistir de ir ao cinema, da próxima vez. Acho que ia dar supercerto.
Vani: Acho que ninguém deveria se casar antes de encontrar a tampa da sua panela.
Rui: Tampa da panela?
Vani: É. Nunca ouviu essa expressão? Que a pessoa encontrou sua tampa da panela? Sua outra metade?
Rui: Não... E como você sabe que a pessoa é a tampa da sua panela?
Vani: Ah, sei lá... você recebe um sinal... quando beija a pessoa pela primeira vez, ouve até uns sininhos.
Rui: Você ouviu sininhos a primeira vez que beijou o Sérgio?
Vani: Não. Ouvi a descarga, porque foi no banheiro da boate.
Rui: ah... então vai ver que ele é a tampa da sua privada!
Ê, vou acordar amanhã às 6h da madrugada por causa do simpósio do fígado, que bom... gosto tanto de cirurgia hepatobiliopancreática! Quando eu era pequena, falava assim:
- Mamãe, quando eu crescer, quero organizar congressos na área hepato-biliar.
- Nanda! Não fala palavrão! Ainda mais esse, que eu não conheço.
- Não, mamãe, hepato-biliar é referente a fígado e pâncreas.
- Ah, bom. Mas por que você não vai ser sapateira?
"Muitas idéias e renovação na vida profissional. O ritmo está acelerado, mas você tem a capacidade intelectual para movimentar-se com destreza nessa velocidade. Aproveite e contagie as pessoas com o seu entusiasmo"
Eu, Maria da Glória, entusiasmada? Eu sou praticamente a hiena do comercial do Unibanco!
A mesma foto do Pelé em várias situações. O cara não é certo da cabeça, não. Posta loucamente, de uma falta do que fazer invejável. Hilário! Vale a visita.
Minha homeopata, aquela que é quase um pajé, me deu as últimas instruções acerca da administração das bolinhas brancas que me receita:
- Continua tomando três glóbulos uma vez ao dia. Se você não tiver mais dor de cabeça, aí a gente vai parar de fazer isso, porque eu não quero que você tome remédio pro resto da vida.
Que remédio, Bial? Desde quando bolinha de açúcar é remédio? Se eu tomasse o vidro todo daquilo não ia me fazer mal. Gente mais maluca, eu hein.
Um garoto entra no metrô com um skate long board, quase do tamanho dele. Senta-se em um dos bancos dos idosos (regra número um: não sentar em banco de idosos. Eu não sento em lugar de velhinho nunca, sei lá os desaforos que posso ouvir por conta deste ato impensado!). Dali a algumas estações, entra uma velhinha bem velhinha, daquelas que você não tem dúvida em ceder o lugar (tem umas de 64 anos que ficam ofendidíssimas se você fizer isso. Na dúvida, é melhor não arricar. Por isso, novamente, não sento em banco de velhinhos). Então o garoto, gentil e garantindo sua integridade física - já que os outros passageiros loucos poderiam bater nele se ele não deixasse a velhinha sentar – deu o lugar à senhora. Levantou-se e encostou distraidamente no skate. Então a anciã, pra puxar assunto, disse:
- E então, o mar hoje como está? Calmo, agitado?
E o garoto, meio sem jeito:
- Não, sabe o que é? É que isso aqui é um skate...
Não sei por quem fico mais constrangida, se pelo garoto ou pela pobre velhinha.
O sujeito vai pagar a passagem no ônibus quando é surpreendido pelo novo valor. Olha com espanto genuíno para o pobre trocador e diz:
- Como assim aumentou? Ninguém me avisou nada!
Mundo mau.
E o Fábio Assunção na novela das oito, hein? Espetáculo dos céus azuis divinos porcelânicos. Ele de vilão é o clássico "é ruim, mas é bom".
Pessoa famosa 2
Não consigo me conformar em abrir a página da Globo.com e ver o banner anunciando a Fernanda Souza no Papparazzo. Pedofilia não era crime? Nem vou ver as fotos porque tenho medo de olhar e meus olhos queimarem, ou de virar uma estátua de sal. Coisa pra arder no mármore do inferno, pecado mortal, obra daquele que não tem nome! Credo em cruz, pé de pato mangalô treis veiz.
Por que as pessoas ainda insistem em fazer amigo oculto no trabalho se, todo bendito ano, elas brigam pra decidir desde o valor do presente até o local da confraternização? Ainda corre o risco de você tirar aquela pessoa que mais tem vontade de tacar cocô em cima dela, em vez de dar presente. Vamos deixar isso quieto, vamos fingir que não é Natal, e só lembrar disso no feriado! Mas vocês pensam que dá, pícaros sonhadores? Não, não dá! Sempre tem alguém sem a menor mãe que toca no assunto e lembra da famigerada brincadeira.
Lá no trabalho, a gente ainda faz um sorteio separado pra inimigo oculto. Eu sugeri que esse ano a gente faça um inimigo anônimo: cada um prepara um "surpresinha" pra quem quiser, sem necessidade de sorteio. E deixa lá, em cima da mesa da vítima. Pode ser um rato morto, uma barata, uma tachinha na cadeira, aquele cocô que você tanto queria tacar... o lance é que, provavelmente, poucas pessoas concentrariam os "presentes". Em compensação, eu ia poder ser bem mais sincera sendo anônima. Ia ser o fim da nossa convivência pacífica! Acho que daria supercerto.
Diariamente (ou "para a falta de inspiração: questionário")
- já beijei carioca (faz algum sentido, né? Coisa mais idiota... Só se eu fosse meio doente pra ficar catando homens de outras naturalidades de propósito), paulista (até apostei com um amigo meu que nunca ficaria com um. Não sei por que eu tinha esses preconceitos...), acreano (veja bem que, até este dia, eu pensava que não existisse ninguém lá, que o Acre fosse assim um estado que não tem ninguém usando), holandês (chique no úrtimo! Mas, ao fim de quatro dias de affair, eu precisava muito falar português novamente. Quase desaprendi o português, não aprendi o inglês e fiquei muda para sempre)
- nunca beijei capixaba, gaúcho, baiano (não sei se ia suportar o sotaque - desculpe, amigos do Nordeste, mas essa coisa de axé acabou com a popularidade do jeito de falar de vocês. A gente devia ter ficado só com o Caetano)
- já beijei no carro, na praia, na cama, no elevador, no sofá, no cinema, no ônibus pobre é uma tristeza)
- nunca beijei de roupa de viscose, no pagode e nem comendo "cocrete" de rodoviária (pobre, mas com alguma dignidade)
- nunca dei selinho em amiga
- mas já dei selinho em amigo no meio de uma bebedeira. E quase emendei o beijo!
- já beijei brincando de "verdade ou conseqüência" (foi meu primeiro selinho. O horror, o horror. Cracatoa perde)
- mas nunca de salada mista (eu sempre fugia da brincadeira, tinha uma vergonha absurda. Coisa mais sem propósito.)
- já beijei olhos verdes, azuis, castanhos (pô, que que é isso? Quem beija "olhos"? Não gosto de metonímia, sempre me remete a figura bizarras. Olhos em potes de vidro, ou algo assim)
- já namorei (ih, muitas vezes)
- já tive rolos looongos (que duraram anos e nunca foram namoros)
- já beijei quem beijava MUITO mal (como tem gente que beija mal nesse mundo, meu Senhor do Bom Namoro. Esses é que deviam virar padres)
- já beijei um pensando em outro (triste, mas básico)
- já beijei loiro e moreno (tem até os que são loiros e morenos ao mesmo tempo)
- nunca beijei oriental, ruivo ou negro (Toni Garrido, ouviu isso, querido?)
- nunca beijei um "Fernando" (deve ser porque ia ficar bregão, Fernanda e Fernando. Quase uma música do Abba)
- já beijei caras muito magros e muito gordos (vejam que eu não tenho quase nenhum preconceito)
- já beijei careca (mas de cabeça raspada, não careca velho) e homem com cabelo grande (repito aquela história do preconceito)
- já beijei mais de um na mesma noite, mas nunca mais que dois (sou uma menina de família)
- já beijei gente de nome estrangeiro (o tal do holandês e mais uns brasileiros que resolvem complicar)
- nunca beijei gente de nome esquisito e/ou feio (todos os homens que eu beijei de repente tinham os nomes mais lindos)
- mas já beijei homens esquisitos E feios (preconceito, eu?)
- nunca beijei irmãos
- mas já beijei homens que minha irmã já tinha beijado (ela atestou a qualidade e eu tive que ir lá comprovar)
- nunca beijei alguém com piercing na língua (nem vou beijar! Coisa nojenta do cacete! Quer dizer, da língua!)
- já beijei quem usava aparelho fixo (é esquisito, mas, como eu já usei, precisava pagar os meus pecados)
- nunca beijei amigo de infância (eu sou uma pessoa sem amigos)
- já beijei gente mais nova que eu (ô...)
- nunca beijei ninguém com mais de 35 (mas a idade vem chegando e isso será inevitável em breve)
- nunca beijei homem mais baixo (eu tenho 1,60m, é difícil, cabeçada)
- mas já beijei homem com mais de 1,90m (me era muito útil para alcançar prateleiras altas)
- nunca beijei famoso (deve ser bom pra contar pras amigas depois)
- o nome que eu mais beijei foi Ricardo (verdadeira perseguição)
- já dei nota pros beijos dos caras
- depois parei, porque eu fiz 15 anos
- já beijei gay (essa é nova)
- mas nunca uma mulher (sem exageros, por favor)
- já beijei caras que conheci pela internet
- já beijei um sujeito que depois mór-reu (mundo mórbido)
- já beijei médico (fetiche absoluto pela medicina!)
- mas nunca um dentista (nem sei se quero. Dentista não tem gosto de dentista? Deve ter)
Quem sou? Onde estou? É bonito aqui?
Sim, é lindo aqui! Tenho um novo template, de inteira responsabilidade dessa moça, que ganhou alguns hectares no céu ao gastar hoooras de seu domingo, quando ela poderia estar lá fora, pegando um resfriado, mas não, tolo, ela preferiu passar o dia construindo o template da pessoa mais chata para a qual ela já fez um template. Acho que a partir de hoje ela deixará de ser tão altruísta.
Papai Joselito, ao ver tão discretos porcos na minha tela, veio checar do que se tratava.
Eu explico:
- É a nova cara do meu blog, Papai.
- Ah... que legal...
- Você viu a minha foto aqui?
- É mesmo... é você... pensei que fosse alguma artista.
Ah! Como é legal Papai!
Agora me sinto na obrigação de pagar logo aqueles cinqüenta reais que devo a ele.
When you came in the air went out/
And every shadow filled up with doubt/
I don't know who you think you are/
But before the night is through/
I wanna do bad things with you/
I'm the kind to sit up in his room/
Heart sick an' eyes filled up with blue/
I don't know what you've done to me/
But I know this much is true:/
I wanna do bad things with you...
("Bad things" - True Blood)