quinta-feira, fevereiro 24, 2011
RevelaçãoO papo do almoço era como deve ser ruim ser filha de uma mulher maravilhosa (tipo Vera Fischer) e não ser maravilhosa (tipo Rafaela Fischer). Eu refleti e lembrei de uma prima que tem duas irmãs com os olhos azuis e ela nasceu com olhos castanhos. A minha vida inteira pensei que isso era uma sacanági de God. Quando eu falei isso, Louca por Fábio, que almoçava com o grupo, do alto da sua sabedoria loura (e de olhos cor de mel), disse: - Pois é, meus avós têm os olhos azuis, eu tenho os claros e as minhas duas filhas nasceram com OLHOS DE RATO. Anh? Professor Elézio, o que vem a ser "olhos de rato"?Aí, Louca por Fábio fez uma revelação que mudou a minha vida: - Olhos de rato. Olhos castanhos muito pequenos. E eu, chocada: - Tipo os meus, né? E ela: - É... aqui nessa mesa a pessoa que mais tem olhos de rato é você. Cacetes míopes! Vivi 34 anos sem saber que meus belos olhos amendoados na verdade são OLHOS DE RATO. Se bem que, pensando friamente, a partir de hoje quando eu olhar para as pessoas com desprezo, vou olhar com olhos de ratos mortos. Curti!
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sexta-feira, fevereiro 18, 2011
GanharEsses dias meu professor de natação, no fim da aula, resolveu promover uma atividade, uma brincadeira. A little game. Um dos alunos deveria ficar preso por um elástico enquanto os outros tentavam atravessar a piscina submersos. O que ficava preso tinha que capturar um dos soltos, agarrando a perna de um, para que o capturado ficasse no seu lugar. Ah, que FOFO. Uma competição. Vamos lá. Quando Allah estava me desenhando, ele pensou assim: "Essa aqui vai ser competitiva. Quando ouvir a palavra 'jogo' de qualquer coisa, de dominó a zerinho-ou-um, ela vai pensar automaticamente 'tenho que ganhar'". Pena que depois ele foi dormir e algum duende terminou de fazer o trabalho, porque essa personalidade veio no corpo de uma PATA. Eu nunca fiz nenhum esporte coletivo bem. Sempre fui a clássica nerd que tirava as notas boas em todas as matérias, incluindo Educação Física, porque tinha aquela parte teórica. Eu sabia as regras do basquete como ninguém. Então, quando adulta resolvi praticar um esporte, pensei: "vou nadar, porque não vou ter que ser escolhida pra nenhum time". Aí nessa altura da minha vida vem o professor e resolve reunir as crianças pra um projeto. É muita humilhação. Ni qui ele explicou a brincadeira, pensamentos conflitantes me invadiram. "Jogo, preciso ganhar" e "Aposto três unhas esmaltadas como serei eu a capturada". Quando o sujeito OBVIAMENTE (why, God, why?) agarrou a minha perna, eu comecei a lutar embaixo d´água ("ganhar") e tive a maior cãibra ever. Voltei pra superfície urrando de dor e sujando toda a piscina com a minha baba nociva de ódio. Dois dias depois, minha panturrilha ainda estava sem falar comigo, sentida, sem entender por que eu fiz aquilo com ela se ela sempre foi legal comigo, até nasceu bonitinha. Pior é que ela tem razão.
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sábado, fevereiro 12, 2011
Cobertor, biscoito, chocolateOntem cheguei em casa do aniversário de uma amiga e deitei pra ver o insensato novelão. Era a cena da Glória Pires, a otária da vez, na cadeia, depois de ter sido enganada pelo vilão, o bonitinho do Gabriel Braga Nunes. Palmas para o Gabriel Braga Nunes. Mas então. A carismática anta recebia a visita de uma dedicada amiga na cadeia. A moça dizia que ia levar cobertor (lá no Sul ainda existe frio), biscoito, chocolate, e que conhecia um advogado que poderia ajudá-la, mas que essas coisas eram caras. Aí tapir diz que tem um dinheiro que estava guardando pra aposentadoria: 15 mil. É gente humilde, que vontade de chorar. "Será que dá?", pergunta nossa pequena panaca. E a amiga: "Tem que dar. Se não der, eu me humilho, peço um empréstimo, eu vou te ajudar, não vou te deixar na mão, pode contar comigo.". Nessa hora, rolou um momento de reflexão de mim para com meu próprio eu. Pensei: "Poxa, pobre se ajuda mesmo. Se fosse eu ia muito bem até a parte do coberto, biscoito e chocolate, mas dinheiro cada um junta o seu, pra isso existe defensor público". Mas existem pessoas boas, que não pensam essas coisas, ponderei eu. Nessa hora a cerveja fez efeito, fechei os olhos pra descansá-los um pouco e caí em um sono tranquilo, porque estava tudo bem, tudo encaminhado, a nossa simpática heroína sem cérebro ia ficar legal, ela tem uma amiga. Não sei quanto tempo dormi. Quando acordei, fui ver o que se passava na minha insensata televisão e era a cena em que o tal advogado ia visitá-la na cadeia. Ele dizia que ia levar cobertor, biscoito, chocolate (tipo itens de sobrevivência na cadeia) e que ela não podia perder a fé. E aí... quando ele sai da cadeia encontra a tal amiga, ela pergunta se foi tudo bem e ele diz: "Claro, não é a primeira vez que eu me passo por advogado". E a amiga (Cruela De Vil): "Estou doida pra pegar o dinheiro dela e me mandar". Não! Era tudo um golpe! Gente, momento Maysa total, meu mundo caiu. Não pode isso, Bial. Não pode brincar com amizade assim. Amigo não dá golpe. Amigo é bichinho de Deus. Tô arrasada. Quero cobertor, biscoito e chocolate
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